ITAL 50 Anos - page 227

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Ciência, Tecnologia e Inovação a Serviço da Sociedade e da Indústra Brasileira de Alimentos
O setor de alimentos, bebidas e embalagens encontra-se
num momento ímpar ao estar diante de um grande desafio:
atender ou mesmo antecipar as novas demandas do consumi-
dor brasileiro cujo perfil está se alterando. Mudanças demo-
gráficas, econômicas, políticas e culturais do Brasil, e suas
diversas implicações sociais – como aumento da renda e do
nível de escolaridade, maior acesso à informação, modifica-
ções na estrutura das famílias e o envelhecimento da popula-
Apesar da crise mundial, iniciada ainda em 2008, o Brasil
– assim como outros países em desenvolvimento, como a Chi-
na e a Índia – tem crescido economicamente
1
. Tal crescimento
deverá dar continuidade à expansão do mercado de bens de
consumo (HIROSE et al., 2012).
No que diz respeito à política de desenvolvimento econômico,
programas governamentais
2
, ainda que insuficientes, preveem
medidas para incentivar o investimento e aumentar a compe-
titividade, procurando adensar tecnologicamente vários setores
produtivos, ampliar o mercado interno e a participação brasileira
no mercado internacional, dentre outras metas e objetivos.
As políticas sociais de distribuição de renda e as ações
voltadas para a qualificação profissional, a economia solidária
e o empreendedorismo também deverão aumentar o poder de
compra dos brasileiros, favorecendo o consumo já bastante
aquecido por conta da expansão do acesso ao crédito e dos
aumentos reais do salário mínimo, o que tem impactado, in-
1
Estima-se que o Produto Interno Bruto (PIB) apresente taxas de crescimento de
4,4%, entre os anos 2012-2017; de 3,9%, entre 2018 e 2030; e de 2,5%, entre
2031 e 2050 (OECD Economic Outlook, 2012).
2
Tais como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) e o Plano Brasil
Maior.
Mudanças sociais recentes afetam o perfil de
consumo do brasileiro
ção – irão ampliar a demanda e afetar cada vez mais intensa-
mente as preferências e escolhas em relação à alimentação.
Para manter sua competitividade, o setor de alimentos,
bebidas e embalagens deve permanecer atento a essas novas
tendências de consumo, que exigirão cada vez mais investi-
mentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. Oportuni-
dades futuras podem, então, ser vislumbradas a partir desse
complexo cenário.
Aumento de renda e de instrução tornam
população brasileira mais exigente
clusive, o perfil das classes A, B, C, D e E
3
e provocado o cres-
cimento da chamada nova classe média (classe C).
Segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (NERI,
2012), a classe C – que constituía, em 2003, 37,6% da po-
pulação brasileira – deverá alcançar, em 2014, 60,2%. As
classes D e E, por sua vez, apresentam uma forte tendência
de redução (de 54,8%, em 2003, para 25%, em 2014).
As classes A e B também deverão aumentar sua participação
(CONSIDERA; PESSOA, 2012). Por isso, o mercado de luxo que,
entre os anos de 2009 e 2011, cresceu 20% no país (D’ARPIZIO,
2011), seguirá se expandindo: estima-se, entre 2010 e 2025, um
crescimento de 15,2% ao ano, fazendo com que ele passe a repre-
sentar 6% do mercado global de bens de consumo mais sofistica-
dos (ESTIMATIVA..., 2011). A partir desse segmento prevê-se que
a demanda por produtos com elevado padrão de qualidade – como
os chamados produtos gourmet e premium – deverá aumentar,
exigindo da indústria nacional formulações diferenciadas e emba-
lagens mais sofisticadas (MADI; REGO, 2013).
3
De acordo com o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB), da Associação
Brasileira de Empresas de Pesquisas (ABEP), que busca estimar o poder de
compra das pessoas e famílias urbanas a partir da presença e quantidade de
alguns itens domiciliares (como eletrodomésticos) e grau de escolaridade do chefe
da família.
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