ITAL 50 Anos - page 236

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criou-se, notadamente em São Paulo, uma gama variada de
atores que desempenham papéis complementares no proces-
so de inovação: associações de classe; prestadores de servi-
ços; centros do Senai; além de institutos como o IPT, o CTA
e o Inpe. Afora instituições de outras unidades da federação
ou localizadas no exterior, mais de 120 entidades localizadas
no estado realizam atividades de ensaio e calibração de apoio
ao setor privado paulista, para citar apenas um exemplo (...).
Poucas dessas instituições, basicamente os institutos públi-
cos, estão relacionadas também no diretório de pesquisa do
CNPq” (PACHECO; CRUZ, 2005).
Segundo Pacheco e Brito Cruz, através desse conjunto de
atores, torna-se evidente a complexidade desse sistema de
inovação, e a necessidade de que a política pública dê aten-
ção ao conjunto do sistema, deixando de focalizar apenas um
ou outro ator.
Diante da importância, nacional e internacional, do setor
de alimentos, bebidas e embalagens para a produção indus-
trial e o mercado de consumo, acelerar a produção de inova-
ções tecnológicas significa investir em projetos cooperativos
e políticas públicas que reúnam institutos públicos de pes-
quisa (IPPs), universidades, empresas e outros atores que
compõem o sistema de inovação. Tais iniciativas permitem a
complementação entre diferentes capacitações e a obtenção
de recursos financeiros, concebendo os processos de inovação
como interativos, para os quais faz diferença a participação e
integração entre diferentes agentes e instituições, em vez de
uma concepção linear da inovação, que vai da universidade à
empresa (TELLES, 2011).
Para tanto, os institutos públicos de pesquisa devem con-
tar com desenhos institucionais, gerenciais e jurídicos que
permitam e favoreçam essa atuação interativa.
A criação da Agência Paulista de Tecnologia dos Agrone-
gócios (Apta), há 11 anos, foi uma tentativa de melhorar um
modelo de gestão institucional. Apesar de ter um desenho
propositivo nessa direção, Salles-Filho avalia que a agência
não conseguiu proporcionar o impulso, flexibilidade e estímulo
que as instituições públicas de pesquisa precisariam, e ainda
precisam, para se desenvolver. O que produz duas consequên-
cias que estão inter-relacionadas: a capacidade de responder
às mudanças fica relegada à habilidade dos gestores; o que,
por sua vez, acaba criando desempenhos e mesmo modelos
de gestão diferentes, entre institutos que estão sob um mes-
mo teto institucional, dentro de um mesmo modelo jurídico.
Para Salles-Filho, entre os institutos da Apta, o ITAL se
destaca porque conseguiu criar modelos gerenciais internos
mais ágeis, dinâmicos, capazes de conseguir recursos e supe-
rar restrições. Na avaliação do economista da Unicamp – que
não apenas acompanhou a trajetória do ITAL desde sua cria-
ção, mas participou ativamente do diagnóstico dos problemas
do modelo jurídico-institucional do Instituto – “o ITAL é um
bom exemplo de que é possível fazer coisas apesar das res-
Um novo cenário para a pesquisa,
desenvolvimento e inovação no setor de
alimentos, bebidas e embalagens no Brasil
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